MadCurioso: O que é Urbex?

março 28, 2014 curiosidades , curiosity , curioso , exploração urbana , MadCurioso , urbex 2 Comentário(s)

No Brasil é muito pouco conhecido, mas nos Estados Unidos e Japão é uma prática muito comum e

interessante. Urbex nada mais é do que a junção de duas palavras: URBan EXploration, ou seja, exploração urbana.

Urbex consiste em explorar zonas abandonadas como antigos prédios de hospitais, prisões, fábricas, casas, galpões, tuneis, etc. Também pode ser feita a exploração de áreas ainda ativas, mas restritas a pessoal autorizado (esse tipo de exploração é raro). Pode ser praticado por uma pessoa ou um grupo de pessoas, na verdade não tem limite pra isso, mas recomenda-se que se faça com 2 pessoas e mais adiante vocês entenderão porque digo isso.

Essa prática surgiu nos anos 70 com o grupo Suicide Club de São Francisco, Estados Unidos. Fazendo excursões por lugares abandonados, eles chamaram a atenção dos europeus e logo a prática se difundiu pelo velho continente, principalmente na França.

O legal do Urbex é que eles tem um conjunto de regras bem definido e muito bem feito. Uma delas, e que deve ser seguida à risca, é não alterar o local sob nenhuma circunstância. Isso significa que é proibido arrombar portas, quebrar janelas, destruir cercas, derrubar paredes, roubar/destruir objetos, não se deve pichar nem grafitar, não se deve jogar lixo e nem deixar nenhum rastro de sua passagem por ali, etc. O objetivo é preservar o local da melhor forma possível e dar o desafio aos praticantes para que usem sua criatividade para acessar os locais fechados ou inacessíveis de outra maneira.

Obviamente que para realizar esta prática, deve-se tomar outro cuidado: a lei. Entrar num lugar sem ser convidado é considerado invasão de propriedade e pode te dar uma tremenda dor de cabeça se for parar na justiça. Por isso, muitos buscam não só lugares abandonados, como também esquecidos para entrar clandestinamente. Alguns grupos, entretanto, preferem pedir autorização para entrar nas propriedades. Isso livra-os dos olhos da lei. Porém, em muitos lugares da Europa não tem essa lei de invasão de propriedade, então o urbex se torna mais fácil nessas regiões. A coisa muda quando se trata de locais ativos. Como a maioria pratica isso sem autorização prévia, as chances de ser pego e acusado de invasão de propriedade são muito maiores, o que faz com que muitos prefiram lugares abandonados e inativos.

Como é proibido levar embora qualquer objeto do local, então gravar a visita em vídeo e tirar fotos são as únicas lembranças permitidas sem problemas. Grande parte desse material vai parar na internet.

Mas afinal, qual a graça disso?

O ato de explorar por si só já é um imenso prazer para muitas pessoas. Estar num lugar silencioso, abandonado e esquecido é uma sensação única, segundo os praticantes. Outro bom argumento é de que a oportunidade de conhecer a história do local é uma daquelas oportunidades que você só tem uma vez na vida. Estar num lugar abandonado desses é vivenciar o passado de verdade, ver o que os antigos viam, andar pelos mesmos lugares que eles, descobrir obras arquitetônicas que estão escondidas sobre toneladas de poeira e escombros. Alguns chegam até a afirmar que a adrenalina de entrar num local desses e clandestinamente é viciante demais.

Mas não é uma prática simples. Você tem que saber onde está se metendo antes de tudo. O prédio pode estar desabando e isso pode tornar a exploração num pesadelo vivo! Ninguém quer sair machucado ou morto de nenhum lugar. Além disso, ainda tem a questão de que muitos andarilhos e sem-teto fazem desses lugares sua moradia e ninguém gosta de invasores em suas casas. Vândalos e rebeldes podem te atacar violentamente. Às vezes é necessária roupa especial, que proteja mais, afinal você nunca sabe o que encontrará num hospital abandonado ou numa fábrica abandonada. Máscaras, botas, lanternas e luvas podem ser essenciais para a exploração. O ar pode estar contaminado, coisas pontiagudas podem te machucar, insetos podem te atacar, então proteja-se! Eu aconselharia a não praticar sozinho, vai que alguma tragédia acontece. Resumindo: correr o menor risco possível é uma regra essencial também.

Há milhares de sites e blogs na internet com fotos, vídeos e relatos sobre as visitas feitas. O legal é que o grupo nunca se limita apenas à exploração, mas também a descobrir toda a história do local.

Só lembrando que o urbex não tem nada a ver com caçadores de fantasmas ou eventos paranormais, embora alguns grupos também não reclamam se flagrarem alguma alma perdida por aí.

Aqui no Brasil temos alguns poucos grupos de urbex, dentre eles está o Urbex Brasil.

Claro que o Urbex tem o Santo Graal também: Chernobyl. É o sonho de todo praticante, já que o simples fato de ser uma cidade abandonada à pressas por seus habitantes deixou rastros de milhares de vidas para trás é o suficiente para contar a história sem precisar de livros e em cada canto você pode entender melhor como era o cotidiano dessas pessoas. Eu não me meteria a ir pra lá, já que os níveis de radiação não são tão baixos como divulgam.

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