MadBizarrice Halloween: vampiros




 Sem sombra de dúvida você já ouviu falar dessas criaturas. O romance Drácula, de Bram Stoker, imortalizou o bizarro figurão que é um dos maiores símbolos do dia das bruxas e das histórias de terror!
Mas como começou essa lenda, de onde surgiu, quando, por que?



Pelo que se sabe até agora, a lenda dos vampiros talvez venha até de antes da pré-história. Mas nessa época, os vampiros eram demônios ou espíritos que sugavam a força vital de suas vítimas. Inclusive culturas como as da Mesopotâmia, Hebraica, da Grécia Antiga, e a romana acreditavam nessas criaturas também, no entanto o termo "vampiro" só surgiu muito tempo depois. A lenda ganhou força a partir do século XVIII, quando os europeus não tinham o que fazer e ficavam criando teorias malucas sobre tudo tentavam explicar a causa de diversas doenças que os afetavam e também de algums feitos paranormais. Em alguns vilarejos eram vistos como mortos que voltavam à vida para levar pessoas próximas. Outros acreditavam que eram bruxos, seres malignos ou vítimas de suicídio. As lendas ganharam tanta força que chegou a ter uma histeria coletiva e milhares de "caça às bruxas" foram organizadas para pegar possíveis vampiros nas aldeias. Nem preciso comentar que muita gente inocente morreu acusado de ser vampiro, né? A confusão toda só terminou quando a Imperatriz Maria Teresa da Áustria ficou de saco cheio resolveu investigar a fundo as alegações e enviou seu médico particular, Gerard van Swieten, para estudar os corpos. Ele concluiu que não existiam vampiros e ela começou a emitir uma série de leis proibindo a abertura de túmulos e a profanação de cadáveres. A partir daí, o vampiro só sobreviveu com a arte e as lendas passadas de geração a geração.

Um dos primeiros registos sobre um vampiro de verdade surgiu na Croácia, em 1672. Um camponês chamado Giure Grando morreu em 1656, mas os aldeões locais afirmavam que ele havia retornado dos mortos e começara a beber o sangue das pessoas, além de assediar sexualmente a sua viúva (safadinho!). O chefe da aldeia ordenou que uma estaca fosse enfiada no seu coração, mas aparentemente isso não ajudou. Resolveram então decapitá-lo e isso resolveu. Outro caso famoso foi o do camponês húngaro Pedro Plogojowitz, em 1725, que havia morrido aos 62 anos, mas ao que parece voltou e pediu comida ao filho. Ele se negou e no dia seguinte foi encontrado morto. Plogojowitz ainda atacou alguns vizinhos, sendo que morreram por perda de sangue. Outro caso famoso foi o do sérvio Arnold Paole, um soldado que virou camponês (p*rra, só os camponeses se f*diam???) e foi atacado por um vampiro alguns anos antes. Após sua morte em 1726, outras pessoas próximas e o gado começaram a morrer e acreditava-se que Paole havia voltado dos mortos para matar os vizinhos. No relatório de Paole, em alemão, aparece pela primeira vez o termo "vanpir" (vampiro). Acredito que a lenda mais famosa foi a do príncipe Vlad, mas essa eu pretendo discutir num próximo post.

Esse kit contra vampiros era cormercializado em 1800 nos Estados Unidos
Há diversos relatos de como as pessoas faziam para se livrar desses vampiros. A maioria surgiu na Idade Média. Empalamento, estacas, decaptação, pregar o corpo à terra para ele não se levantar, agulhas de aço ou ferro, água fervente, cremação do corpo, tiro, afogamento, água benta, exorcismo, alho na boca, desmembramento do corpo e até mesmo um limão na boca eram métodos utilizados em várias regiões da Europa. Haviam métodos para evitá-los também e incluíam alho, ramos de roseira silvestre, espalhar sementes de mostarda no telhado, o famoso crucifixo e a água benta. É dito que não podem pisar em solo sagrado, como o de uma igreja por exemplo. Também não podem atravessar água corrente. Algumas literaturas explicam que não podem entrar numa casa a não ser que tenham sido convidados pelo proprietário pelo menos 1 vez. Depois de entrar pela primeira vez, podem entrar quantas vezes quiserem e se refestelar com o povo lá dentro.

O verdadeiro morcego chupador de sangue.
Dizem que são pálidos como a neve porque não tem sangue correndo em suas veias. São vulneráveis à luz solar e por isso só saem à noite para caçar. Por não terem alma, não tem reflexo nos espelhos e nem sombra. Em alguns lugares, tinham ainda o poder de atirar pedras no telhado ou mover objetos dentro da casa. Podem se transformar em várias criaturas, como morcegos, demônios e humanos. Os vampiros também são conhecidos atualmente por terem poderes de sedução e psíquicos.




-Creindeuspai, vai de retro satanás!
Inicialmente, os europeus identificavam um vampiro abrindo o seu túmulo e verificando o cadáver. Cadáveres bem conservados eram interpretados como vampiros e, dependendo da região da Europa, um ritual diferente de destruição era feito imediatamente. É interessante notar que diversos estudos foram realizados com os corpos e relatórios oficiais foram emitidos para formar um registro e tentar acalmar a população. Inclusive o famoso Voltaire chegou a fazer uma breve descrição sobre os vampiros em seu dicionário filosófico:

"Esses vampiros eram cadáveres, que à noite saíam das suas campas para sugar o sangue dos vivos, tanto pela garganta como pelo estômago, após o que retornavam aos seus cemitérios. As pessoas que assim eram sugadas definhavam, empalideciam, econsumiam-se; por outro lado os cadáveres sugadores tornavam-se gordos, rosados, e exibiam um excelente apetite. E foi na Polónia, Hungria, Silésia, Morávia, Áustria, e Lorena, que os mortos andaram pregando estas partidas."

É evidente que o vampiro que conhecemos hoje está bem longe de ser um demônio sugador de força vital, portanto acredita-se que essa imagem de uma criatura humanóide e com alto poder aquisitivo tenha surgido a partir do século XIX, com a obra "O vampiro" do inglês John Polidori, na Inglaterra. Nesse romance, um nobre chamado Lord Byron é o tal vampiro. Depois disso, em 1897, o irlandês Bram Stoker publica o romance “Drácula”, que dá início a uma nova era e finalmente firma a imagem do vampiro que conhecemos atualmente: uma criatura que suga o sangue de suas vítimas, é extremamente sedutor e misterioso. No século XX, o cinema atualiza a imagem do vampiro, tornando-o extremamente famoso novamente. Daí surgem o Nosferatu, o Conde Drácula, Blade, Edward Cullen, etc...

Apesar de estarmos em uma era de avanços tecnológicos colossais e um conhecimento da medicina, psicologia, física, biologia, teologia, sociologia imensamente maior que o da Idade Média, ainda existem relatos de ataques e avistamentos de vampiros. Na própria Europa, onde tudo praticamente começou, ainda há vilarejos que acreditam piamente que essas criaturas existam. Um desses lugares está na Romênia, onde são frequentes os avistamentos de vampiros. Um caso famoso ocorreu em 2004 na própria Romênia, cujo corpo de um homem chamado Toma Petre foi desenterrado sob acusação de atividade vampírica, seu coração foi removido, queimado e as cinzas foram misturadas com água para que seus parentes pudessem bebê-la e destruí-lo.

Liuka

É uma verdadeira draga de coisas inúteis e ao mesmo tempo interessantes.

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