MadBizarrice: Aurora Boreal e Austral


Podem me xingar, mas eu acho a Aurora Boreal e Austral extremamente bizarras! Obviamente nem por isso deixaria de achá-las uma das coisas mais belas do universo todo.

Mas como raios elas acontecem?



O Sol, nossa querida e amada estrela, tem um fenômeno muito interessante chamado "vento solar". Trocando em miúdos: o Sol cospe uma onda de calor e partículas incandescentes que se juntam à poeira espacial e acabam interagindo com o campo magnético do planeta Terra. É mais ou menos como se elas entrassem em uma reação diabólica, com elétrons trocando energia com a ionosfera lá no espaço com a ajuda de um ímã gigante. Essa reação dos infernos gera luzes de diferentes cores. Daí temos uma visão das ondas indo e vindo, parecendo uma cortina colorina no céu estrelado e, geralmente, muito gelado dos dois pólos do planeta. Na verdade, esse fenômeno não é exclusivo do nosso planeta. Pode ocorrer em tantos outros planetas do sistema solar, como Vênus, Saturno, Júpiter e até Marte. Ela pode ser vista do espaço também e astronautas que estão na estação espacial internacional relatam vê-las constantemente.

Filmagem feita da estação internacional mostrando o planeta Terra à noite e de dia, com imagens de tempestades, luzes das cidades e Auroras Boreais e Austrais.

O nome do fenômeno mesmo é Aurora Polar. No norte do planeta, ela se chama Aurora Boreal, sendo que Aurora foi o nome que o tio Galileu pôs em homenagem à deusa romana do amanhecer e Boreal foi em homenagem ao filho dessa mesma Deusa (Bóreas) que representa os ventos do norte. Só pra constar, os vikings escandinavos chamam de "luzes do norte". Claro que os nórdicos não deixariam essa beleza de fora do seu folclore e os antigos explicavam o fenômeno como sendo o brilho das armaduras das Valkírias quando elas cavalgavam pelo céu. Os finlandeses acreditavam que raposas corriam pelos montes e quando suas caudas batiam nas montanhas, as faíscas se refletiam no céu. Por isso lá eles a chamam de "revontuli" ("Repo"= raposinha e "tuli" = fogo). Alguns indígenas do norte também costumavam chamar de "dança/batalhas dos deuses". Até os asiátios diziam que quem visse uma dessas, seria feliz para o resto da vida e também era uma fonte de fertilidade. Mas quando ocorre no sul do planeta, o nome é Aurora Austral, nome dado pelo tio James Cook, fazendo referência por estar no sul.

Aurora Austral captada sobre a estação Concórdia, na Antártica.
Elas podem ter cor verde-amarelada, mas também são encontradas nas cores vermelha, verde, violeta e azul. Geralmente ocorrem entrem setembro e outubro ou fevereiro e março, a partir das 21 horas, sendo que o ponto máximo ocorre perto da meia-noite. Podem ocorrer pela manhã também, mas são praticamente invisíveis. A Boreal geralmente ocorre no pólo norte, contemplando ainda a Noruega, a Finlândia, a Groenlândia, a Rússia, a Islândia, parte da Ásia, Canadá e Alasca. A Austral ocorre apenas no pólo norte, contemplando a Austrália, a Antártida e a pontinha final da América do Sul. No entando, o lugar que mais tem incidência de Aurora Polar é a Lapônia Finlandesa, no norte do planeta.


Acredite se quiser, é possível reproduzir a Aurora em laboratório. O cientista norueguês Kristian Birkeland utilizou uma esfera em uma câmara de vácuo e guiou elétrons para os pólos da esfera. Inclusive, os Estados Unidos lançaram um tipo de bomba atômica há 400 km de altura e uma espécie de aurora ocorreu, tendo 7 minutos de duração. Fazia parte do teste nuclear Starfish Prime, da década de 60. Atualmente, sabe-se que se emitir raios de rádio no céu noturno, é possível conseguir o mesmo efeito e de cor esverdeada.





Efeito do Starfish prime.
Vou terminar o post com uma série de imagens dessas belezuras! Apreciem:

Aurora Austral vista do espaço entre a Antártida e a Austrália.






Liuka

É uma verdadeira draga de coisas inúteis e ao mesmo tempo interessantes.

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